quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PRECONCEITO: REVIRA O BAÚ E MEXE COM O TABÚ

Sobre o preconceito : uma conversa verdadeira que poucos fazem..Do ponto de vista da cultura e do comportamento humano, a discussão que se fez na cidade ,antes continua sendo feita depois de votado o projeto de lei do Executivo sobre a inclusão das famílias de baixa renda e vulnerabilidade social no Residencial Pazetti, trouxe uma importante reflexão acerca do preconceito com algumas lições de cidadania.  em debate
Do ponto de vista da cultura e do comportamento humano, a discussão que se fez na cidade ,antes continua  e sendo feita depois de votado o projeto de lei do Executivo sobre a inclusão das famílias de baixa renda e vulnerabilidade social no Residencial Pazetti, trouxe uma importante reflexão acerca do preconceito com algumas lições de cidadania. Preconceito, conforme está nos melhores dicionários significa um conceito formado antes da compreensão, ou seja , o pré- conceito.
Fora de moda e camuflado
É claro que numa sociedade que busca a modernidade e que para qualquer ato de discriminação sempre tem espaços na mídia, dificilmente alguém que consegue aprovar um cadastro na Caixa Econômica para financiar um imóvel de R$ 130 mil, vai ostentar em público que não aceita como vizinho, um trabalhador da economia informal , tipo ambulante ou agente ambiental,- nome moderno que se dá para  atividade de quem vive da coleta, reciclagem e comercialização de resíduos. A cultura convencial chama essas pessoas com esse perfil de vendedor de rua , catador de latinhas ou gente que vive de revirar o lixo. Esse é um vocabulário elitista e ridículo de um período quatrocentão que exclui pessoas pela sua condição  sócio- econômica, sem levar em conta os direitos de um ser humano de ir , vir e ou permanecer onde se encontra.
Fratura exposta
A liminar da Justiça impondo para o presidente da Câmara, Marquinhos da Fiorella retirar um parte da plateia da Casa, já ocupada pelos moradores do Acampamento Menezes que chegaram mais cedo, para dar lugar ao pessoal do Residencial que chegou depois. O preconceito ficou evidente nos argumentos que insinuou que só aqueles que chegaram depois são pessoas que trabalham, conforme algumas postagem feitas pelas redes sociais.
Bons modos
Invés de acirrar os ânimos entre os grupos, a expressão generalizada deixou uma lição de cidadania ela compreensão demonstrada para com a decisão da Justiça. O pessoal assistiu a sessão, comemorou o resultado e o pessoal do Residencial Pazetti que estava contra a votação saiu xingando os vereadores que votaram contra seus interesses.
O direito moderno e o arcaico
Outro ponto interessante a ser observado no momento político em que vive a cidade de Paulínia quando o tema é moradia, é essa história de direito adquirido. Vira e mexe, a mesma cantilena soa nas sessões da Câmara, sempre para sustentar teses politicas defendida por gente entendida de direito e versada nas leis. Embora sejamos obrigados acatar decisões judiciais baseadas nas leis e as leis procuramos cumprí-las no maior rigor, há que se ressaltar que vivemos ainda em um modelo arcaico de Estado pautado pelas desigualdades sociais e controlado por interesses de uma minoria, isso é verdade. A nosso ver, tudo deveria ser  compreendido e muitas decisões devem ser tomadas sob o espírito do bom discernimento com a aplicação da flexibilidade na praticas de ações que apontam para os conflitos. E foi assim que agiu a Mesa Diretora da Câmara para que a Sessão transcorresse na normalidade, embora interesses mesquinhos apostassem no tumulto que não houve.
Apartados e marcados

Se mostrou contraditório , o discurso daqueles que defendem a isonomia e igualdade de direitos , diante de um quadro em que a presidência da Casa de Leis teve que ordenar aos seus assessores que buscassem formas de identificar pessoas do Residencial Pazetti e do Acampamento Menezes, sendo que ali havia gente de todos os lugares da cidade como habitualmente acontece  em sessões da Câmara.
A Sociedade moderna
As pessoas que vivem no ambiente da politica e das disputas do poder precisam antes de tudo compreender a origem da Estado, da propriedade privada e da família, inclusive é tema de uma clássica obra de Friedrich Engels. São padrões que mudam com o passar dos tempos, impondo comportamentos e modos de vida.
Nossa cidade
Paulínia está inserida dentro deste contexto e não foge á regra das contradições, existentes em todos os centros urbanos brasileiros. Isso não quer dizer que o tradicionalismo e só os interesses de algumas famílias devem prevalecer. Nós respeitamos todas as pessoas, desde os descendentes de italianos, os mineiros e baianos e tantos outros que fazem a cidade ser o que é, cada qual a seu modo e no seu espaço.
Dilemas urbanos
O presidente do Instituto de Pesquisa Aplicada, Ipea, o economista Márcio Pochmann afirma que o desafio da sociedade moderna está na redefinição do espaço urbano, é preciso redescobrir as cidades. Tem razão, ele. Todas as cidades têm problemas de mobilidade, moradia e segurança e que todas as pessoas têm seus direitos. No caso de Paulínia, a cidade cresceu rapidamente e o tempo se encarrega de construir novos desenhos e cenários para seus atores sociais. Um desafio que se torna  o compromisso cotidiano de todas e todos que vivem o seu presente se interessam pelo seu futuro


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